domingo, 23 de março de 2008

VISÕES DO INFERNO

Vi-te nos olhos da guerra
tormenta insopitável de indescrítiveis horrores
espraiando dor e sangue em um mundo envolto em densas trevas de obscuridade
e desespero atroz...

Vi-te nos estrondos bombásticos
trazendo estorvos aos sonhos
frustrando canções e amores que nunca serão sentidos...

Vi-te nos olhos famintos das crianças quase mortas
de semblante esquelético e faces esquálidas
implorando pendores de amor, carinho, atenção...

Vi-te nas balas perdidas
na miséria incontida nos famigerados sons da insânia
que alimentam de gana
desvairados desatinos de homens desalmados...

Vi-te nos olhares esquivosde pobres mendigos e de cidadãos de papel
que às margens da vida lamentam a sortesem lar e sem pão...
Vi-te na pior das tragédias e nas vis hecatombes
de um mundo fadado ao ocaso por ter rejeitado amor e perdão
que quais sois de alvorada declinam ao nada
apagados pelo mal...

Vi-te num declinio total de uma civilização de caos
que será extinta de egoísmo
quando a última curva da eternidade chegar...
Seu nome: loucura
Seu combustível: o ódio
Seus escravos: os homens...

sexta-feira, 21 de março de 2008

PSEUDODEMOCRACIA


Ouviremos de novo os entediantes slogans das campanhas políticas, recheados de promessas mirabolantes, e dos mesmos discursos que todos nós, Brasileiros, já estamos cansados de ouvir.

Novamente candidatos a prefeito e a vereador ocuparão nossos espaços televisos e radiofônicos, indivíduos que nunca ouvimos sequer dizer o nome, mas que tentarão a todo custo, nos convencer de que suas intenções são as melhores possíveis e para as quais devemos atentar certos de que não seremos decepcionados.

Infelizmente as mesmas ladainhas serão veiculadas e, nós, otários cidadãos da maculada Republica Federativa do Brasil seremos obrigados pelo braço forte e cansado da lei a ir às urnas no mais “consciencioso” exercício de democracia. Mas, que democracia?

Resquício da Ditadura Militar, o voto obrigatório ainda é um acinte à liberdade dos indivíduos. Como no tempo dos coronéis e do famigerado voto de cabresto, os eleitores, agora, não mais sujeitos às ameaças de mandatários impositivos ou pela intimidação dos jagunços, são manipulados em sua liberdade de expressão pela obrigatoriedadade de ir às urnas sob pena de ter que pagar multa – o ônus por não ter votado – ou não poder prestar concurso público etc...

Que Democracia é esta em que não se pode escolher não votar sem receios de sanções posteriores. O Brasil está longe das nações de primeiro mundo neste aspecto, e por insistir em perpetuar tal modelo eleitoral arcaico, permite culposamente que os seus cidadãos fiquem a mercê de toda espécie de mercenários políticos de ultima hora ou mesmo dos profissionais congressistas que já de longa data repetem o mesmo discurso balofo, que de tão velho nem fungos e bactérias não mais se interessam. São estes mesmos indivíduos que proseguem exaustivamente em seu proselitismo político, advogando em causa própria sob o pretexto assistencialista de que são indispensáveis ao povo.

Um misto de histrionismo e presunção perceptível podem ser vistos nestes cabras de múltiplas conjecturas e de versáteis manobrismos locutórios. Táticas conhecidas pelos dinossauros carniceiros que se alimentam das carcaças da nação, o corporativismo, o fisiologismo e os lobbys particulares são as ferramentas para se alcançar objetivos nobres ou não, bem como barrar CPIs na tentativa de que nada seja descoberto.

O que deu a CPI do mensalão senão puro estardalhaço e um show de exibicionismo eloqüente do cacique do PTB, Roberto Jéferson, quem mais se promoveu com tudo isso? Embora tenha tido os seus direitos casados continua desfilando de bom moço. De que direi mais: dos escândalos das ambulâncias, dos dólares na cueca, dos cartões corporativos, do intocável Renan Calheiros, do presidente que nunca sabe de nada?

Todas estas e muitas outras cenas lamentáveis foram pintadas em nosso cenário político brasileiro, e, de certo modo deixaram marcas indeléveis na memória de nossos concidadãos. Pena que brasileiro tenha memória curta. Para terminar direi: Ó Democracia, quantos crimes se cometem em teu nome, ou será pseudodemocracia. Sei lá.