sexta-feira, 7 de setembro de 2007

CAPÍTULO I : O BOMBARDEIO E OS REFUGIADOS (CONTINUAÇÃO 2)

CAPITULO I : O BOMBARDEIO E OS REFUGIADOS ( CONTINUAÇÃO)
O Dr Scot, como sempre muito reticente, deixava comentários para depois. Os seus amigos o respeitavam não apenas pela sua vetusta cabeleira grisalha, mas também por seu profundo conhecimento e experiência médica.

Muito compenetrado no que fazia, Scot evitava se envolver em demasia com drama dos feridos e moribundos que infestavam os leitos. Não que ele fosse desumano, mas porque como médico em uma situação crítica como aquela, se se envolvesse emocionalmente com os pacientes seria ainda mais doloroso.

Embora recebesse duras critícas e fosse taxado de insensível e calculista, ele proseguia seu trabalho sem se importar com opiniões alheias e, como ele mesmo dizia, que nada podiam acrescentar.

O mais óbvio em Scot é que ele sabia o que estava fazendo. Graças a ele, muitas vidas foram salvas da morte, fato que era tratado com grande consideração pelos demais médicos e enfermeiros que faziam parte da equipe.

Todos os dias daquele acampamento hospitalar eram muito movimentados. Os desdobramentos médicos no afã de buscar todos meios possíveis em condições extremas eram verdadeiros atos de heroísmo e jamais seriam esquecidos por todas as vidas salvas pela competência e denodo de todos os profissionais envolvidos naquele teatro de guerra.

Naquele lugar ermo e distante da civilização muitas vezes se tinha uma sensação de isolamento e desamparo. A depressão muitas procurava encontrar lugar em alguns corações. As lembranças da civilização e algumas reminicências benfazejas que em algum momento ou outro surgiam na mente era uma verdadeira tortura para aqueles homens e mulheres absortos em seus trabalho.

Na tentativa de se exorcizar tais lampejos de memória, procurava-se sempre que possível tirar alguns momentos de desabafo em conversas francas e rápidas ou mesmo cantarolar para de alguma maneira procurar se manter lúcidos e afeitos ao seus verdadeiros objetivos alí.

Swanson sempre diziam aos amigos que um homem despreparado para tais situações ou se mataria ou ficaria louco. Enfrentar a crueza e a miséria humana em seu grau extremado não é coisa para reles mortais.
- É preciso ter estômago meu caro Lewis, dizia Swanson.
_ Nunca que pensei que estaria em tais condições.
_ Quando estamos na Universidade não nos passa pela cabeça que tipo de situações iremos enfrentar na vida.
_ Jamais pensei que um dia estaria envolvido em um conflito sangrento como este.
_ Muitos dos meus amigos, hoje, estão atendendo em bons consultórios e ganhando muito dinheiro, e, nós aqui sujeitos a todo tipo de visões do inferno.
_É horrivel.Lewis como de costume assentia com a cabeça como que concordando com Swanson. E às vezes arriscava um ou outro comentário:
- É bem verdade que os seus amigos estão ganhando muito dinheiro Swanson. Mas a vida não é só dinheiro.
- Apesar dos pesares temos um pouco de emoção.
-Um dia estaremos na varada de nossa casa, deitados em uma preguicosa rede acercados de netos e poderemos cheios de orgulho relatar para eles que valeu apena ter vivido tal aventura.
_ E com toda certeza ele nos olharão como heróis anônimos, os quais valem apena ser imitados.É claro que sim Lewis. Eu também penso assim, disse Swanson:
_ De que vale a vida sem emoções.
_ Muitos homens passam pela vida mas poucos de fato vivem, acrescentou.

REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO


“Vamos rever nossas posturas e idéias para uma nova perspectiva: tirar a criança da sua posição de objeto (dos pais, da escola, das teorias, do Estado) e deixar que ela ocupe sua posição de direito, que é a de ser um sujeito em seu momento específico de vida”.( Damazio, 2004, pág 8).


O texto em foco aponta para a necessidade de compreendermos a infância como um momento ímpar na vida de um indivíduo. A criança dentro dessa nova visão pedagógica não é mais o “joguete” dos pais. Deve ser tratada como sujeito de direito, salvaguardando-se e respeitando-se sua posição de existência como pessoa, evitando-se dessa forma sua coisificação.


Enquanto ente de direito inalienável, a criança precisa ser compreendida, segundo o autor, como em seu momento único. Carecendo da compreensão e de cuidados específicos para o seu desenvolvimento sadio como ser humano inserido na sociedade.


É necessário tomar o devido cuidado para que comportamentos normóticos e agressivos não criem entraves para essa urgente necessidade de compreensão da infância como uma época de singular oportunidade de fomentar na criança padrões salutares de existência. Contribuindo, desse modo, sobremaneira, para a melhoria de nossa sociedade e da desconstrução de formas de pensar truncadas, inconseqüentes e, sobretudo, reprodutoras de normose.


“Dentre as muitas preocupações que cercam o homem moderno deve figurar com certa ênfase a do respeito à criança. Não porque elas representam o futuro: mas porque elas são o presente. O seu presente de criança. A negligência com o presente pode significar a inexistência de futuro.O respeito começa pelo reconhecimento da autonomia do outro, que no caso da criança se traduz nos seus meios de apreender o mundo, de sentir seus limites, seus potenciais, seus desejos e fantasias. Nos só podemos reconhecer essa autonomia se tentarmos entender como funciona esse sujeito chamado (por nós) de criança” (Damazio, 2004, pág.9).


O autor enfatiza a importância de se respeitar a criança como sujeito existente no mundo, existente no tempo e no espaço, ocupando um lugar de existência presente. Considera um grande equívoco tratar a criança como um representante do futuro.


Devemos entender que a criança vive o seu presente como ser. A consideração deste fato é importante para tratar os assuntos referentes à infância com mais relevância. O fato é que se a criança não viver o seu aqui e agora, não usufruí-lo em companhia de seus pais, seus coleguinhas em ambiente escolar, interagindo com eles, criando conexões perduráveis com o próximo em seu cotidiano, pode ter o seu futuro comprometido.


Os exemplos da falta de respeito ao tempo da criança e a desconsideração desse período crucial na formação da própria personalidade do indivíduo são notórios em nossa sociedade. Existem crianças que não tem tempo para serem crianças. Adultizadas precocemente para realizar tarefas domésticas ou até mesmo para enfrentar a dura rotina de canaviais e fornos de carvão Brasil afora, muitas crianças não tem sequer presente, quanto mais futuro.


“O fato de a criança ser indefesa e dependente é comum e ingenuamente traduzido e confundido por inferioridade, imaturidade e outros sinônimos do gênero. Fazemos com a criança o mesmo que o colono europeu com os índios: reduzimos suas peculiaridades à nossa visão” ( Damazio, 2004, pág. 22).


A criança é de certo modo desqualificada como ser pelo universo adulto. Muitas vezes considera-se os pequenos como bibelôs, quase como animais de estimação cujo existência deve gravitar no espaço de interesse e caprichos dos adultos. Em alguns casos a personalidade da criança é embotada sem se levar em consideração os aspectos emocionais e humanos existentes no infante.


Assim como os colonos europeus submeteram os povos dominados às suas idéias e concepções que julgavam corretas conforme a sua visão, o autor argumenta que se cometem as mesmas atitudes quando se reduz a criança a uma vivência vazia e anulada de sua própria visão de mundo particular.


Submeter a criança a esse extremo e subordiná-la as nossas concepções à custa de imposição e castração de sua vontade ou ainda, reduzi-la a um ser inferior, ingênuo e servil que pode ser controlado por meio de ameaças e castigos é ainda mais aviltante.


Seu mundo, suas formas de ver mundo, de senti-lo e apreendê-lo, e de relacionar-se com esse mundo é diferente da do adulto. A infância é marcada pela tensão desse ajustamento contraditório. A criança não é melhor ou pior que o adulto, ela é diferente” ( Damazio, 2004, pág.24).


O mundo da criança é muito mais colorido e iluminado que o nosso. A criança enxerga o mundo e as coisas que nele existem de uma forma muito mais sensível, táctil e sensorial que os adultos. Tentar fazer com que ela viva o nosso mundo deslocando-a do se próprio tempo é uma violência inimaginável. Deve ser entendido que o ajustamento da criança ao nosso mundo adulto se dá aos poucos.


Os saltos que a criança dá em direção de novas descobertas se dá gradualmente e, pode diferir de indivíduo para indivíduo. Não é pelo fato da criança estar em um estágio diametralmente oposto ao nosso que ela deve ser considerada inferior. Ela está apenas em seu tempo. Como nós também um dia estivemos nesse tempo. Portanto, devemos considerar a diferença, não se ela é inferior ou não aos adultos.


“O que normalmente ocorre, então, é a criança ser condicionada para a participação, como objeto manipulável e não como sujeito. Ora, nossa prática adulta vai na direção oposta: a criança é massacrada pelo discurso adulto ( “não faça isso”... , “ faça assim”... , “você é isso”... , “você é aquilo”... , “isso é assim”... , ou assado” – sem argumentos, sem diálogo, sempre sob a autoridade e a força). (Damazio, 2004 , pág 27).


Discurso autoritário, imposição e a arbitrariedade, em geral, são os aspectos mais perceptíveis no lidar de muitos pais em relação aos seus filhos. Em alguns casos até mesmo usa-se de expedientes violentos e agressivos para se obter a submissão completa.


Tais comportamentos estereotipados são mais comuns do que se imaginam em nossa sociedade. Fruto de uma sociedade que reproduz comportamentos normóticos, a violência contra menores (simbólica ou real) continua a ser perpetuada deliberadamente. A criança, sem qualquer chance de se defender de tais abusos, sofre as conseqüências de atitudes canhestras e destituídas do senso de respeito ao menor como ser humano – sujeito de direito.


“A família é o primeiro microcosmo da criança, seu primeiro contexto referencial e o primeiro elemento”fazedor” de sua cabecinha. Muitas vezes o meio familiar é mais hostil à criança do que a própria sociedade” ( Damazio, 2004, pág. 28,29).


Muitas crianças em vez de encontrar na família um porto seguro, se deparam com a realidade do abuso, da agressão e da morte. A violência doméstica é um dado preocupante em nosso cotidiano e o número de casos está longe de diminuir.


A desintegração da família nuclear, a ausência de tempo dos pais para cuidar de seus filhos aliados a outros agravantes como alcoolismo e desemprego, geram danos irreparáveis à manutenção da estabilidade dos lares e criam entraves significativos à vivência familiar.


Esse desequilíbrio produzido por problemas sociais e econômicos unidos a uma cultura de violência de longa data, fazem com que os indicadores de crimes cometidos contra a criança e o adolescente sejam intensificados. Qual uma espiral sem fim, um problema dá a luz a outro problema, um abismo chama outro abismo, tornando difícil a convivência e a manutenção de um cultura de paz e não agressão entre os indivíduos que compõem a sociedade.


“ A escola tanto reproduz os padrões vigentes como cria espaços para novas alternativas. A escola se tornou burocratizada e comercial. E a criança é antes uma série de dígitos na contabilidade escolar do que sujeito de um processo singular de aprendizagem” (Damazio, 2004, pág. 32)


A escola reproduz os aparelhos ideológicos de dominação, perpetuado deta forma o status quo na sociedade. Presa a dogmas e estruturas pedagógicas arcaicas e entregues à caducidade, prende-se ainda a modelos de ensino tradicionais da idade média, recusando-se na maioria das vezes realizar uma transição necessária para um universo de ensino mais afeito às realidades de um século em constante devir.


Enquanto, por uma lado, a escola tradicional reluta em se adequar para acompanhar o curso da modernidade, por outro lado, tende a adotar o discurso capitalista de mercado, fabricando um estrutura comercial e burocratizada que vê os alunos como algarismos em sua contabilidade numérica. Este é o perigoso caminho da banalização dos indivíduos como pessoas, da coisificação do ser humano em função da busca por uma ideologia numericista ditada pela cartilha do neoliberalismo.


Quando se perde o senso de humanidade dos indivíduos, acaba-se por negligenciar a alteridade. O fato incontestável de que como indivíduos nos vemos em outros indivíduos porque somos semelhantes, próximos uns aos outros.


Portanto, a perda destes valores gera um hiato não apenas educacional, como também civilizacional. Como fazemos parte da civilização humana, somos de fato afetados pela mudança de paradigma dos tempos e a adoção de métodos equivocados de produzir cultura em detrimento da pessoa humana.


“Os meios de comunicação e a tecnologia modernas modificam o brinquedo, as concepções de brincadeira e a fantasia da criança” ( Damazio, 2004, pág.36).


O advento da Revolução Industrial trouxe várias vantagens para a sociedade, mas não devemos nos esquecer que junto com as vantagens vieram também desvantagens grandíssimas. Antes de toda essa tecnologia existente em nosso tempo as brincadeiras eram outras.


O que aconteceu é que o progresso da tecnologia e a produção industrial de brinquedos em grande escala roubou da criança a capacidade de criar, de se reinventar em seu próprio mundo imaginário produzindo a sua própria brincadeira. Enquanto o mundo da criança é roubado por tais invenções lúdicas tecnológicas, o universo infantil se empobrece de significados e de ligações com o mundo real.


Em suma, a criança não é penas roubada de sua capacidade criativa, como também de sua própria ligação com o imaginário infantil repleto de criatividade, que passa a ser ideologizado e controlado por interesses meramente comerciais.


Agora quem povoa as mentes infantis não são mais os personagens da literatura e da tradição oral nativa, e, sim, os ícones inventados por Holywood como Homem Aranha, He Man, THE SIMPSONS entre outros. Com isso a cultura e a própria educação de modo geral perde terreno para fórmulas sem conteúdo, mas com grande poder de sedução e controle das massas.

NÂO À PIZZAS E ÀS MARMELADAS


Ser brasileiro já não é uma tarefa fácil. Imagine temos que aturar as cenas tragicômicas de nosso palco político atual repleto de figurinhas conhecidas nossas de longa data. Assistimos aos mesmos capitulos de sempre e nos perguntamos de novo se dessa vez os protagonistas irão mesmo sofrer algum ônus por seus crimes ou se tudo acabará em pizza.


O julgamento dos mensaleiros está sendo denominado como um feito histórico em nossa nação. A imprensa falada e escrita tem feito questão de dar destaque e de revelar todos os detalhes dos bastidores do tribunal para que ninguém fique desinformado desse acontecimento.


Se os mensaleiros serão punidos ou não o tempo dirá. Mas, não deixamos de lado o nosso velho desconfiômetro de cachorro magro ligado no máximo, porque depois de tantas pizzas só mesmo vendo para crêr.


De tanto vermos ao longo dos anos que no Brasil só vai para a cadeia pobre e que os ricos sempre dão um jeitinho de escapar da condenação. O brasileiro parece conformado com a possibilidade de se repetir as mesmas e conhecidas manifestações de clemência de nossos magistrados, que de imparciais e insentos não têm nada.


A Lei no Brasil só funciona para os magnatas. Enquanto a Justiça é cega para o pobre, parece caolha ou zarolha para os poderosos que podem se valer de uma poderosa e cara banca de advogados que farão das tripas coração para absolver os seus clientes.


Eu acho que advogado que se prezasse e amasse sua profissão, não o dinheiro, deixasse de defender canalhas. No entanto, nem todos têm a mesma visão. Para uns o dinheiro é muito mais importante do que caráter e honradez. O que é lamentável.


Mas, enquanto os nossos supremos magistrados da alta corte brasileira não baterem o seu martelo com a sentença definitiva, ficaremos na expectativa e pedindo a Deus que a sentença seja de fato justa. Caso contrário, estaremos assistindo o axincalhe de nossas instituições e a desmoralização completa do Estado de Direito.


Se de fato existe justiça neste país e homens dignos para aplicá-la segundo a equidade e a sensatez, essa é a hora de se provar isso a todos nós. De outra maneira estaremos certos que tudo no nosso País só acaba em pizza e em outras coisas mais...

O BRASIL OU OS BRASIS?


O Brasil é um país de dimensões continentais que tem variações magníficas da Língua Portuguesa. A diversidade de sotaques e de vezos dialetais existentes em nosso território é um desafio não apenas para os estrangeiros procurando aprender a língua, como também aos seus próprios falantes nativos.


As mudanças ortográficas previstas para vigorar em 2008 em todos os países lusófonos,podem se circunscrever apenas ao terreno da teoria,porque na prática diária do idioma tudo ficará na mesma.As mudanças normativas no vernáculo de Camões em nada alterarão as várias nuances do português mestiço do Brasil em toda a sua gama fantástica de variantes e significações castiças de lugar para lugar.


Continuaremos ouvindo os “uais” dos mineiros com os seus sonidos característicos, os gingados vocabulares dos cariocas com toda a sua manha e malandragem típicas, os “ ô chente” dos nosdestinos e os “tches” e “tri-legais” pitorescos dos gaúchos em toda a sua originalidade.


Estas mudanças propostas pelos linguistas em nada alteram a realidade vivencial regionalizada de uma língua em seu cotidiano. Sendo a língua viva, ela ao longo do tempo vai sofrendo as metamorses próprias do idioma que se dá a partir do dinamismo cultural em que ela está inserida e pela influência de outras culturas que vão se misturando a nossa.


No mundo globalizado onde constantes mudanças estão se dando em ritmo acelerado, e os vínculos de comunidade se tornam mais intesificados e abragentes devido a derrubada de barreiras sociais, políticas, econômicas e ideológicas; se torna cada vez mais difícil que o nosso Português não sofra as conseqüências desta transformação sócio-histórica de nosso tempo.


Os gramáticos normativos de nossa língua e os filólogos de plantão esquecem-se da mobilidade linguistica e da diferença vocabular existente entre os vários países de fala lusitana. Assim como o Inglês falado nos Estados Unidos difere em muito do falado no Reino Unido e na Austrália, não podemos nos esquecer que o português falado em Portugal está à leguas de distância do português falado no Brasil. Enquanto nós brasileiros pendemos para o vocalismo os nossos antigos colonizadores se inclinam para o consonatismo.


Por exemplo: Os portugueses dizem c'roa; nós coroa. Eles dizem esp'rança; nos esperança. Em alguns aspectos da fala lusitana ficariamos perdidos para compreender o significado de seus vocábulos e a estranheza de suas expresões comparadas as nossas. Por esta razão eu considero um imbecilidade a tentativa de uniformização de um idioma tão vasto de ramificações e recursos fonéticos como é o nosso.


Em suma, deveríamos ao invés de tentar torná-lo uniforme, aprender a conviver com o mesmo em sua multiformidade e diversidade ímpar, o que seria mais coerente e culturalmente correto, salvaguardando-se e respeitando-se as diferenças que fazem da Língua Portuguesa singular em seu multifacetado universo de possibilidades infinitas de uso vocabular.

ACEITANDO AS CONSEQÜÊNCIAS DE EXISTIR

Quem vive deve enfrentar as consêquencias desse existir. O homem como um ser mortal não passa incólume pela vida. Embora possa experimentar em sua trajetória neste mundo momentos agradáveis e felizes, deve considerar que a existência por si mesma trará mais cedo ou mais tarde dores ou sofrimentos inevitáveis.

Se olharmos para o mundo como um todo, constataremos este fato através de cenas incontestáveis. Perceberemos como os nossos próprios olhos que o planeta Terra é um vale de angústias e aflições indescritíveis e que nenhum de nós está insento de passar por tais experiências.

Muitos tentam explicar o sofrimento humano e as dores da humanidade de forma simplista, com fórmulas enlatadas e conceitos filosóficos ou mesmos psicológicos. Entretanto, tais explicações sempre esbarrarão na incapacidade humana de compreender o sofrimento como parte integrante da vida humana, como um fardo que temos que suportar porque nos foi imposto.

Tentar explicar ou mesmo procurar achar um explicação lógica, plausível, humana para explicar esse mistério é uma maneira incoerente de se procurar atribuir a culpa pela dor humana a algo ou a alguém.Nessa busca ansiosa por respostas muitas pessoas tem feito uma peregrinação constante pelas vias da espiritualidade. Compreender o drama humano sob uma ótica meramente física é incapaz de trazer alívio as mentes mais inquietas.

O fato é que sofremos. E este sofrimeto é flagrante e incisivo. Ele nos toca,entristece e nos faz chorar. A humanidade toda sente estas mesmas dores e geme como se inteiramente envolvida por seus tentáculos.O teatro do drama humano exibe cenas chocantes,que foram pintadas ao longo da história e registradas pela pena dos destros escritores que fizeram questão de deixar registrados para a posteridade os terríveis sintomas da herança maldita do pecado que nos foi legado pelos nossos antigos pais no Edén.

Não podemos fugir deste fato. É uma realidade que nos atormenta, nos frustra e nos faz adoecer. Questionar ou reclamar não minora a situação. Tentar se esquivar da realidade também não é saudável.O Escapismo parecer ser apenas uma panacéia ou um palitiavo que por alguns minutos ou horas nos entorpece, fazendo-nos momentaneamente sentirmo-nos melhores mas não nos tira do mundo de dores, e, nem tampouco, nos livra definitivamente dele.

É como se sonhássemos que estávamos no paraíso, mas ao acordarmos percebemos que estamos no campo de batalha, com cenas de miséria e morte diante dos nossos olhos. Contudo, apesar de tanto sofrimento e miséria existentes no mundo, vivemos em esperança. Viver em esperança é visualizar além desse vale fúnebre, lúgubre e finito um mundo melhor; diferente deste mundo.

Pela fé nós podemos crer neste outro mundo e sonhar com ele. Pense agora em um mundo sem guerras, aflições,mortes,dores ou conflitos. Uma existência onde a vida será de excelência,gozo e paz. Não é utopia. Quem crê não está firmado em uma utopia porque sua fé lhe diz que existe esta realidade além. Um admirável mundo novo onde a vida será vida de qualidade.

Muitos podem até julgar-nos sonhadores utópicos por almejarmos um novo tipo de vida ou um novo mundo diferente da feiúra deste. No entanto, se eu comungo em meu coração da crença inabálavel que esse lugar existe e está preparado nos céus por Deus para todo aquele que à semelhança de uma criança crêr nele, esta esperança se reveste de inabálavel certeza que será o sustentáculo para atravessarmos as mais terríveis adversidades e martírios, se ao fim de tudo o prêmio maior for Cristo.

Não existe uma perspectiva ou expectativa maior do que está. Ganhar o próprio Cristo é o sumum bonun da vida. Outros já o ganharam e nós também devemos fazê-lo. O grande apóstolo dos gentios, Paulo, deixou registrado em seus escritos: "para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro."

Estás palavras exemplificam altissonantemente o propósito do coração de um homem que não tinha o coração na terra, no mundo como o queiram . Ele tinha o coração na eternidade. Ele anelava partir e estar com o seu mestre o que era indescritivelmente melhor.Quando se tem esta convicção na alma,quando se recebe esta visão no peito, todos os possíveis tormentos impingidos pelo inimigo mau não podem atormentar o íntimo e nem roubar o "insight" magnífico de um dia de glória eternal.

UM PERIGO REAL

As sombras do mundanismo pairam sobre a Igreja de Cristo. Sinal claro da aproximação do arrebatamento do povo de Deus e indício da chegada da apostasia vaticinada nas escrituras, tal comportamento é visto como perigoso e profundamente nocivo à vida cristã.

Toda e qualquer atitude mundana é um acinte à vida de santidade. Nas escrituras encontraremos severas advertências sobre a necessidade de se apartar das práticas e exemplos do mundo que porventura possam nos envolver.

Isto porque o mundo é completamente destituído de valores eternos. A vida, o prazer e as glórias do mundo se baseam em coisas temporais, não em Deus. Enquanto o crente busca o céu, e vive uma vida casta e orientada por princípios bíblicos, o que se entrega às orgias e à fatuidade da existência mundana, só pensa em folguedos e em como satisfazer seus apetites mais vis chafurdando na imundície do pecado e praticando toda sorte de excessos em nome de uma pseudo-liberdade e de uma satisfação passageira.

Para dar aos mundanos todas as vantagens com o intúito de enredá-los mais e mais em suas teias, Satanás têm a sua disposição toda sorte de iscas e chamarizes para prender a atenção dos incrédulos e levianos nos negócios desta vida, para ao fim de tudo, tomar-lhes a alma.

Sobre o perigo que o mundo representa Jesus declarou: " Porque onde estiver o vosso tesouro aí estará também o vosso coração" ( Mt 5.21). Jesus também declara que quem achar sua vida 'neste mundo' perdê-la-á" ( Mt 10.39a).O grande problema do mundo é que ele é iluzório.

Oferece vantagens aos tolos que com ele se envolvem, mas não pode garantir alegria e prazer eternos. Satanás sempre dá com uma mão e com a outra tira. Ao mesmo tempo que dá toma, e o indivíduo que parece ganhar, ao final perde tudo.O pior de tudo é que tais prerrogativas mundanas conduzem o homem para o inferno.

É tipico do Diabo como um caçador hábil que sabe caçar, ludibriar primeiro sua presa, para só depois tragá-la. Ele lhes dá tudo o que é aparentemente desejável, para só depois cobrar um preço elevado por tais 'benesses'.

Quantos pobres coitados já foram conduzidos às masmorras eternas, pagando o alto preço por sua vida inconseqüente e insensível às advertências do alto. Quantos gemidos e ais emitirão por toda a eternidade sem Deus aqueles que fizeram de um momento de vaidade fugaz a razão de suas vidas.

Jesus advertiu: " Pois, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?" ( Mt 16.26). O mestre deixa claro que devemos estar conscientes dos perigos de se viver apegado a valores seculares e ignorar os valores eternos. Ele diz: " Acautelai-vos por vós mesmos" (Lc 21.34a).

Devemos estar vigilantes e solícitos de nossas almas. Cuidando de nossas vidas espirituais e vivendo em consonância com as verdades eternas. Os maiores interessados somos nós mesmos, uma vez que está em jogo o nosso destino na eternidade. Deixar para depois ou mesmo ignorar tais avisos divinos é flertar com a morte.

Os que intransigentes a voz divina cometerem tal erro, infelizmente perecerão.Temos que preservar nossa alma imortal para o Senhor. Vivendo em santidade e também em temor e tremor diante de Deus. O apóstolo Paulo declara: " E todo o vosso espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo" ( 1 Ts 5.23b).

Em apocalipse temos uma solene advertência: "Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda".O viver do crente deve contrastar do viver do ímpio. As boas ações devem se suceder continuamente de forma ininterrupta. Buscar a santidade em Deus é uma forma de se manter incontaminado das influências e estorvos do mundanismo.

Se desejamos seguir as pisadas do mestre e aspirarmos entrar na cidade pelas portas, é importante que as bagagens sejam deixadas para trás. É necessário que nos resvistamos da nova vida que Cristo nos outorgou quando de sua morte e ressurreição. Se assim procedermos não seremos absorvidos pelos "cuidados desta vida, e nem ainda sobrecarregados com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo" ( Lc 21.34.b).
Desta maneira procedendo, nunca seremos surpreendidos em incontinência perante o nosso mestre.