domingo, 26 de agosto de 2007

REALIDADES DE UM TEMPO DE TREVAS


Todos os dias ouvimos relatos nada agradáveis de acontecimentos que estão se dando quase que ininterruptamente em nossa sociedade já saturada com os noticiários negativos que acrescentam ainda mais apreensão ao coração dos cidadãos neurotizados com o alarmante índice de violência urbana que não para de crescer.
Somos obrigados a conviver em nosso cotidiano com a acentuada proliferação de toda forma de banditismo, golpe, maracutaias, tramóias e outras tantas designações nada felizes, que nos fazem corar de vergonha e manifestar nossa indignação de toda maneira possível. Seja em protestos ou mesmo num particular desabafo entre amigos.
Na verdade, o que de fato podemos fazer para mudar ou mesmo tentar minorar tão aviltante e continuada situação que persiste em nos assombrar, impondo sobre cada brasileiro, medos nada salutares acerca do futuro? Um futuro, digamos, incerto para a grande maioria dos brasileiros que sequer tem pão em suas mesas; ficando, portanto, à mercê da própria sorte, propensos a entrar para o submundo das drogas e da contravenção penal.
Enquanto nossas crianças são vitimadas por uma sórdida realidade que devora seus sonhos mais coloridos e obscurece o seu horizonte de esperança, nossos políticos revelam uma hipocrisia deslavada em seus discursos frívolos e destituídos de sensatez. Procuram através da retórica dos discursos eloqüentes, criar uma cortina de fumaça para de certa forma impedir que as pessoas não enxerguem o que está por trás de sua loquacidade e talentos oratórios.
Não podemos esquecer o velho ditado popular que diz: “A mentira tem pernas curtas” ou ainda aquele que afirma: “A mentira só tem lugar enquanto a verdade não chega para desmascará-la”. Neste caso, as mentiras dos nossos políticos expostas pela própria verdade que expõe os seus desmandos, possibilitam que os indivíduos se apercebam que aqueles que estão no poder, na verdade não se importam nem um pouquinho com aqueles a quem representam. Podemos aqui evocar as palavras do profeta Isaías quando diz: “Ah! Povo meu! Os que te guiam te enganam” (Is 3.12).
Aqueles que deveriam honrar sua posição de representantes do povo, voltam-se contra o próprio povo que os elegeu adotando posturas nada condizentes com a função que ocupam. Fazem estas coisas abertamente sob as barbas da lei, que neste caso parece cega para enxergar tais disparates e punir os transgressores com o rigor que eles merecem.
Se a Justiça é cega como dizem, neste caso ela parece caolha. Porque por um lado faz vistas grossas para o problema e do outro procura atenuar tais desvios com discursos evasivos e tergiversantes, que nos mostram claramente existir uma indiferença por parte dos magistrados em aplicar sanções àqueles que no exercício de seu mandato, traem o seu juramento para com a Nação e adotam comportamentos abomináveis e reprováveis diante de todos sem quaisquer discrição ou respeito para com o cidadão.
É flagrante suas atitudes criminosas, muitas vezes mascaradas por uma falsa moralidade ou por uma aparência de respeitabilidade que beira às raias do cinismo. Todavia, como nos afirma o profeta Isaías: “A aparência do seu rosto testifica contra eles; e publicam os seus pecados como Sodoma, não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque se fazem mal a si mesmos” (Is 3.9).
Os homens continuam seu caminho de desvario achando que ficarão impunes ou que nunca receberão quaisquer retribuições pelos seus maus caminhos. Pensam que os seus pecados nunca serão expostos ou que nunca terão de prestar contas a ninguém por suas imposturas.
No entanto, como tolos eles esquecem que existe um Deus no céu que julga a todos os filhos da iniqüidade. Mais cedo ou mais tarde estes ímpios pecadores sofrerão as conseqüências de sua própria rebeldia e insensatez. As escrituras são claras quando dizem: “Ai da nação pecadora, do povo carregado de iniqüidade da semente de malignos, dos filhos corruptores” (Is 1.4). Se a justiça dos homens é incapaz de aplicar ou dar um veredicto justo aos malfeitores, a justiça divina se encarregará disto.
As conseqüências funestas dos pecados e transgressões dos governantes não apenas serão sentidas por eles mesmos, mas por toda a Nação a qual representam. Os juízos divinos sobre os maus desígnios dos homens que estão à testa do poder, acarretam maldição e fracasso sobre o seu próprio povo a quem orientam. Estes efeitos danosos são os resultados de sua conduta ímpia e de procedimentos que por seu grau de malignidade atraem o juízo e a desgraça, porque eles trazem contra eles mesmos a mão do Senhor, que é o vingador de toda injustiça dos homens.
Só podem enxergar a luz àqueles que andam na luz. Os que estão envoltos em trevas e densa obscuridade andam tateantes e às apalpadelas, sem saber onde estão pisando. Nossos líderes são cegos porque não se orientam por princípios verdadeiros, os quais se encontram na palavra de nosso Deus. Seguem seu caminho indiferentes à realidade do senhorio do eterno sobre as nações da terra, acrescentando pecado a pecado.
Criam leis absurdas para se beneficiarem a si mesmos em detrimento dos pobres e menos favorecidos. Avançam em sua vereda de insanidade sendo aplaudidos pelas massas manipuláveis do povo, que ludibriados e embevecidos por seus floreados palavrescos, permanecem como que em um transe hipnótico, sendo conduzidos cegamente por indivíduos que não tem neles mesmos nenhuma condição de conduzir. Cegos guiando outros cegos para o mesmo abismo de vaidades e perdição.

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